31/05/2009

Dragon Parade

No fim de semana passado estivemos em Sundsvall para visitar o irmão do Johan e a mulher dele, porque tiveram um bébé há uns 14 dias. O miúdo chama-se Calle e é muito castiço: só dorme e come. Nem sequer chora. Acho muito bem que já façam bébés desses que não choram!
A juntar à confusão de ter um filho, eles mudaram este mês para um apartamento novo e por isso têm estado muito ocupados: caixotes e sacos por todo lado, tudo ainda um bocado por arrumar. Mas ainda deu tempo para passear um bocado pela cidade, comer fora e andar a pé.
Um dos símbolos da cidade é o dragão (não faço ideia porquê; a mim parecem-me muito mais chineses que outra coisa) e por isso a idade estava cheia de dragões que lojas e empresas compraram e mandaram pintar a artistas e depois espalharam-nos pela cidade. Basicamente uma Cow Parade com dragões. Aqui estão alguns dos que gostei mais.

Este pertence ao jornal da cidade e como é óbvio, está aler o jornal da cidade.

O dos correios que cá são azuis e amarelos (cores da bandeira: que surpresa!).

Este era de um café qualquer.

O devorador de Livros, de uma loja de livros.

Este era de uma orquestra da cidade.

Este tinha qualquer coisa a ver com veterinária (tinha um gato a tratar-lhe da cauda engessada, está escondido pelo cão).

Depois passámos por um museu ao ar livre (coisa muito comum por cá, para mostrar as casas mais típicas e assim).




Este era um animal místico qualquer da região, metade lebre, metade ave de rapina.

Espero que tenham gostado das fotos! E agora, cá vão mais umas palavras em sueco:

god natt = gú nat = boa noite (antes de ir para a cama)

lycka till = lica til = boa sorte

tack så mycket = tác sô miqué = muito obrigado/a

26/05/2009

God morgon, god morgon!

Bom dia a todos!
Ainda é cedo por aí mas por cá já anda tudo a mexer à umas poucas de horas.
Lá fora, está tudo cheio de flores e pólen (vivam as alergias) e carradas de pássaros a voar e a cantalorar o dia e a madrugada todos. É preciso esclarecer que a madrugada aqui é lá para as 3 da manhã em que já é de dia outra vez. Humm, agora que penso nisso, se calhar nem fica bem de noite. Um dia destes tenho de cuscar isso. É sempre chato não saber se já é de manhã ou se ainda é de dia!

Estive a pensar e achei que era giro se fosse ensinando umas palavritas em Sueco. Claro que não é fácil pronunciar correctamente só a ler a palavra mas vou tentar escrever como seria em português para soar como deve de ser em Sueco.
Para começar, é importante saber dizer olá e bom dia:

olá = hej = hei (o h é importante, por isso tem de lá estar um som expirado, senão pode querer dizer outra coisa; de qualquer maneira, neste caso não tem outro significado).

bom dia = god morgon = gu mórron

Depois, dizer adeus ou até logo:
tchau/adeus = hej då = hei dô

por favor = snälla = snéla

obrigado/a = tack = tác

Bem, é tudo por agora porque tenho de ir para a escola!
Se houver alguma palavra que queiram aprender, digam.
En trevlig dag för alla!

15/05/2009

Os portugueses não pagam!

Ontem fiquei a saber que há uma expressão italiana que diz "os portugueses não pagam". Pelos vistos vem de uma ocasião um grupo de portugueses visitou o papa e ficou hospedado como convidado. O que aconteceu foi que, depois de terem feito o que tinham vindo ali para fazer, foram-se embora sem pagar nada pela estadia e daí veio a expressão. Talvez tenham pensado que, sendo convidados, não precisariam de pagar. Nós Portugueses somos muito de convidar e pagar/oferecer tudo; muito raramente acontecia nós irmos dutch e dividir as contas - go dutch significa, em homenagem aos Holandeses que o fazem sempre, dividir as contas e cada um pagar o seu.
Não gosto de pensar que os caramelos que visitaram o papa se foram embora sem pagar propositadamente e se calhar ainda levaram uns sabões ou toalhas como recordação, como há quem faça nos hotéis mas que temos alguma fama temos e de algum sítio ela veio. Mas é verdade que nós portugueses temos um jeitinho impressionante para encontrar maneiras indirectas de resolver os problemas. Quando se encontra uma situação da qual não se gosta, volta-se a trás para a evitar e depois escolhe-se: passa-se por cima ou por baixo, pela esquerda ou pela direita, não importa, é só mesmo para se resolver a desagradável ocorrência sem muito confronto.

Falando agora do Festival Eurovisão (nada a ver) que é um acontecimento bastante importante por cá. Este ano, a música de Portugal tem estado a receber alguns elogios porque é alegre e mexida mas ao mesmo tempo tem um bocado de folclore e sons típicos. Por acaso também acho a música Todas as Ruas do Amor engraçada. Pode ser que seja desta...
Mas houveram outras músicas que me surpreenderam. Uma delas foi a da Sérvia, chamada Cipela, por ser uma música saltitona e engraçada (já agora, cipela significa sapato e o cantor conta a história de uma rapariga que só se apaixonou por ele quando ele ficou rico).
A outra foi a da Noruega cantada por um rapaz chamado Alexander Rybak. Fairytale também é uma música saltitona mas não é nem alegre nem triste, mas antes esperançosa.
Bem, deêm uma olhadela se vos apetecer e amanhã a gente vê o resultado.
Bom fim de semana!

05/05/2009

Há pessoas que são laranjas...

Há outras que são copos... Cá para mim, acho que ainda há um terceiro tipo: as pessoas que bebem sumo de laranja num copo!
Deixem-me esclarecer isto antes que pensem que ando a delirar com frutas.
As laranjas espremem-se para dar sumo, logo, pessoas que são como laranjas serão pessoas que se "espremem" para dar "sumo" às outras. Depois há os copos, aquele tipo de pessoas que recebe o sumo e o passa em diante para outras. Essas outras, as últimas, são as pessoas que bebem sumo de laranja num copo. Apenas bebem o sumo. Talvez se lembrem de lavar o copo, mas muito raramente se lembram da laranja.
A minha mãe costuma dizer que "há uns que nascem para servir e outros que nascem para ser servidos"; há quem diga, de uma forma mais corriqueira, que "há uns que f*dem e outros que são f*didos" - há conta de se escreverem as asneiras com um asterisco censor acabo por nunca saber se em vez dele, do dito asterisco, se deva escrever um u ou um o - mas asneiras à parte, parece ser bem verdade.
Se bem que se pensarmos um pouco naquilo que nos ensinaram quando eramos pequenos - pequeninos de ir à escola infantil (ou escola de freiras, para os mais velhos) - vemos facilmente a discrepância dos conhecimentos.
Quando eramos pequenos ensinaram-nos que partilhar e repartir com os colegas e amigos era algo louvável, mas quando crescemos vemos que na realidade, o mundo não passa de um "toma lá, dá cá" em que ninguém dá nada a ninguém sem esperar alguma coisa em troca e em que, se alguém é generoso e realmente dá (apenas dá, sem vírgulas, mas ou condições a seguir) é porque é um totó de quem todos se aproveitam.
Aprendemos na escola sobre grandes obras da nossa literatura e da literatura dos outros, se tivermos tempo que chegue, mas na vida real poucos sabem falar e escrever como deve de ser (quando eu tenho dúvidas, tenho de me fiar no que diz o Wiktionary e o Google Translator) e, mais importante, poucos sabem ouvir e interpretar.
Ensinam-nos que devemos ser organizados, ter as contas em dia e não contrair dívidas, mas ninguém quer pôr dinheiro na mão dos miúdos para que eles aprendam a geri-lo e acima de tudo ninguém está disposto a aconselhar sobre como o fazer.
Sempre que há problemas na escola, por exemplo, quando o(a) filho(a) tem más notas, a culpa, segundo os pais, é, não do(a) miúdo(a), claro porque esse(a) não poderia ter qualquer responsabilidade, mas dos professores, dos colegas, da turma, das empregadas, da escola, da cantina, do bar, do ginásio, do autocarro, do tempo e do sei lá mais, mas não do menino(a) que coitadinho(a) tem que estudar tanto, apesar de a única tarefa do(a) garoto(a) ser estudar.
Dizem-nos que devemos ter a nossa própria opinião e lutar pelo que acreditamos, mas depois se tiverem ideias muito fora, é-se a ovelha negra da família e não se consegue integrar em grupo nenhum, para além do que ainda há quem faça troça da ingenuidade de agir segundo os princípios que se tem.
Portanto, durante o nosso crescimento e aprendizagem, recebemos informações e ideias contrárias e que chocam umas contra as outras e a conclusão que cada um tira daí e usa como conhecimento base para interagir com a sociedade depende de essência da pessoa: laranja, copo ou pessoa bebedora sumo de laranja num copo.
É, há muitas pessoas que bebem sumo de laranja num copo. Também há alguns copos, mas, podendo ser a minoria, as laranjas acabam por sofrer mais com isso.
Por hoje chega de metáforas com frutas que as minhas costas já me doem (para tal, teriam de ter parado de doer, o que definitivamente não aconteceu, senão eu tinha dado por isso). À conta da dor de costas, não há escola nem trabalho nem movimento nenhum, que até o não-movimento faz doer. Acaba-se por dar valor ao facto de nos podermos mexer só porque queremos. Saúde a todos!